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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quem foi Hélio Augusto de Souza?


 Filho de imigrantes portugueses, nascido em São Paulo no dia 27 de junho de 1947, atuou como professor universitário na UNIVAP (Fundação Vale Paraibana) de Ensino do curso de Serviço Social, e sempre se preocupou com as questões sociais de São José dos Campos. Na década de 70, ajuda a criar o “Clubinho”, no qual os adolescentes participantes eram chamados de fiscais do lixo, e em 1975 ajuda a criar o Programa de Menores, que consistia na sistematização do trabalho de adolescentes, que mais tarde recebeu o nome deCOSEMT (Centro de Orientações Sócio Educativa do Menor Trabalhador).
Em 1979, São José dos Campos vivia a agitação das eleições municipais. Hélio saía candidato a vice-prefeito em uma das chapas. Sua oratória vigorosa e seu poder de argumentação brilhante foi determinante para o resultado do pleito.
Mas como vice-prefeito não se limitou a um papel decorativo. Fez um excelente trabalho de integração e interface com as secretarias. Coube-lhe, várias vezes, intermediar alguns conflitos da Administração e grupos de interesses variados. Com sua habilidade política, Hélio sempre encontrava uma solução conciliatória.
Como membro da Fundação Pedroso Horta do PMDB, mobilizou a Marcha pelas Diretas Já até a capital paulista, iniciada na manhã do dia 23 de janeiro de 1984 com 300 pessoas saindo em passeata da Praça Afonso Pena carregando uma bandeira especialmente confeccionada para a marcha, que passava de mão em mão, simbolizando a motivação da caminhada até a Praça da Sé em São Paulo, ganhando a adesões de mais participantes durante o percurso. Ao chegar na praça da Sé eram cerca de mil e duzentos joseenses e outros valeparaibanos reunidos com cerca de 400 mil pessoas, no dia 25, para o histórico comício pelas Diretas Já.
Em 1985, junto a SME promoveu as JISC (Jornadas Estudantis de Integração Sócio Cultural), gincana cultural que mobilizou todas as escolas do município. Nunca São José dos Campos viu tantos estudantes participarem com tamanho entusiasmo de uma iniciativa do poder público. Marcou época!
Hélio, como assistente social, tinha uma preocupação especial com o atendimento às crianças e aos adolescentes. Envolveu-se em vários projetos dessa natureza.
Em 1986, o prefeito Robson Marinho deixou o cargo para candidatar-se a deputado constituinte e Hélio Augusto assumiu a Prefeitura. A cidade empolgou-se com seu dinamismo. Nesse período, desenvolveu um programa de trabalho priorizando a área social, inclusive promovendo o projeto COSEMT para depois transformá-lo numa fundação pública (futura FUNDHAS).
Foi dele a iniciativa de criar a Frente Nacional em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, movimento de repercussão nacional. Lançou sementes preciosas que frutificaram, em programas pioneiros para colocar a criança num capítulo da nossa lei maior, com base em preceitos advogados pela ONU, que ajudou  a influenciar a Assembléia Constituinte (1986 a 1988) a criar o ECA (Estatuto da Criança e Adolescentes).
A FUNDHAS foi criada obedecendo preceitos desta lei antes mesmo dela existir, e também não foi por acaso que logo após a homologação do ECA, São José dos Campos institui o primeiro CMDCA e o Conselho Tutelar.
Dele o povo esperava grandes realizações, mas assim não queria o destino. A morte levou-o poucos meses depois. São José chorava em 28 de outubdo1986 a perda de Hélio Augusto de Souza. Faleceu como prefeito. Ficou apenas seis meses no poder e foi vítima de um câncer.
No mesmo ano ocorre a efetivação da FUNDHAS, que recebe o seu nome para homenageá-lo, em decorrência dos seus ideais humanitários.

“É passível de ser aceito, que uma criança possa ser vítima de seu próprio destino, mas é absurdo aceitar que se torne ela vítima da negligência da sociedade ou de quem a gerou "
 Hélio Augusto de Souza




segunda-feira, 25 de abril de 2011

EU CONHECI HÉLIO AUGUSTO

GILBERTO SILOS
Lá pelos idos de 1976, uma entidade da qual eu era dirigente, resolveu doar livros á Secretaria Municipal de Educação. Incumbido de fazer a entrega, encaminhei-me ao Departamento de Cultura onde fui recebido por um jovem muito simpático. Era Hélio Augusto de Souza. No decorrer da conversa percebi que dialogava com um moço muito inteligente e idealista. A primeira impressão foi ótima.
No início da década seguinte entrei novamente em contato com ele. São José vivia a agitação das eleições municipais. Hélio saía candidato a vice-prefeito em uma das chapas. Eu era, então, um ativista ecológico. Participava de uma ONG ambientalista que, aproveitando o momento, promoveu um debate entre os candidatos a prefeito na Câmara Municipal. Um dos candidatos não pôde comparecer e se fez representar por seu vice, Hélio Augusto de Souza. Com o plenário lotado ele roubou a cena. A todos empolgou com sua oratória vigorosa e poder de argumentação brilhante.
Foi eleito, mas como vice-prefeito não se limitou a um papel decorativo. Fez um excelente trabalho de integração e interface com as secretarias. E foi nessa época que meus contatos com ele tornaram-se mais freqüentes. Coube-lhe, várias vezes, intermediar alguns conflitos entre a Administração e os ambientalistas. Com sua habilidade política , Hélio sempre encontrava uma solução conciliatória.
Certa vez Hélio Augusto convidou-me para participar da JISC, como jurado . A JISC –Jornadas Estudantis de Integração Sócio Cultural, foi uma gincana cultural que mobilizou todas as escolas do município. Nunca vimos tantos estudantes participarem com tamanho entusiasmo de uma iniciativa do poder público. Marcou época!
Hélio, como assistente social , tinha uma preocupação especial com o atendimento às crianças e adolescentes. Envolveu-se em vários projetos dessa natureza. Foi dele a iniciativa de criar a Frente Nacional em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, movimento de repercussão nacional. Lançou sementes preciosas que frutificaram na forma de programas pioneiros, como é o caso da Fundhas.
Em 1986 o prefeito deixou o cargo para candidatar-se a deputado. Hélio Augusto assumiu a Prefeitura. A cidade empolgou-se com seu dinamismo. Ele era a esperança de grandes realizações. Mas, assim não queria o destino. A morte levou-o poucos meses depois. São José chorava a perda de Hélio Augusto de Souza.

Relato coletatado pela multiplicadortA Valéria